O técnico Jesualdo Ferreira completa um mês no comando do Santos neste sábado. Anunciado pelo clube do dia 23 de dezembro, o português iniciou os trabalhos no Peixe no dia 8 de janeiro, quando começou a pré-temporada do Peixe e deu a sua primeira entrevista coletiva no Peixe.
“O Santos era uma equipe que se expressava em campo (em 2019) com uma atitude clara e ofensiva. Defesa com boa envergadura, meio de campo muito adulto e de um ataque que cuidava pouco da defesa porque o foco é atacar. Minha expectativa é melhorar o que já era muito bom. Jogadores me agradam e me motivam a trabalhar com o meu modelo de futebol. Valorizar o que foi feito é o primeiro passo para ganhar o que vem a seguir. É isso que vou fazer”, afirmou o treinador, em sua primeira entrevista.
De lá para cá, Jesualdo teve 12 dias de preparação para o início do Paulistão, e desde que a competição começou, o treinador conquistou duas vitórias, um empate e sofreu uma derrota nas primeiras quatro rodadas do estadual.
O caminho de Jesualdo Ferreira começou com problemas físicos. Antes da estreia, o técnico perdeu os zagueiros Lucas Veríssimo e Felipe Aguilar, lesionados, o lateral-direito Madson, em um processo de reequilíbrio muscular, e o atacante Soteldo, liberado para defender a Venezuela no Torneio Pré-olímpico.
“Avançamos em algumas coisas e outras foram adiadas para os próximos dias. Vai ser sempre um time que joga para ganhar e amanhã não será diferente. Vamos aproveitar as virtudes dos jogadores e suas ambições. Por isso, não vamos fugir desta linha. A equipe não vou dizer, vocês verão só amanhã, mas alguns problemas que vocês sabem que temos. Estamos preocupados em jogar bem, porque quem joga bem tem possibilidade de ganhar, a equipe tem chance ser atrativa e as pessoas gostarão de assistir os jogos. Todos os jogadores tem de estar empenhados”, afirmou o treinador, na véspera da estreia.
Na partida contra o Red Bull Bragantino, na Vila Belmiro, o Santos demonstrou dificuldades que não tinha no ano passado. Com problemas na criação, o time abusou das bolas alçadas na área e não saiu do 0 a 0. Na beira do campo, Jesualdo já mostrou um estilo bem diferente ao de Jorge Sampaoli.
Em coluna publicada no DIÁRIO, destacamos algumas ideias do treinador diante do Red Bull Bragantino, como a utilização de Alison em uma linha de três na saída de bola, a falta de jogadas pelo meio-campo e uma marcação mais próxima da grande área defensiva.
“Vocês conhecem os jogadores melhores do que eu ainda. Ainda não tem nada fixo. Na primeira parte eles jogaram aquilo que eu quero: próximo, pressionar o adversário, ganhar a bola e chegar até os jogadores de frente. Na segunda fase do jogo, faltou manter a bola e equilibrar, faltou um pouco disso. Isso é o que eu vi o retrato do jogo. Alguns tiveram momentos bons, mas isso também é normal. Foram só duas semanas de trabalho, a primeira foi de reconhecimento e a segunda de treino. Nos cantos ofensivos, as jogadas foram básicas. Temos de treinar mais isso. É trabalhar. Vontade os jogadores têm, nós também. Vamos à luta”, afirmou na entrevista após o jogo.
Os problemas para o técnico aumentaram diante do Red Bull Bragantino. Caçado em campo, o atacante Marinho sofreu uma fratura e passou a ser desfalque para o time (prazo de recuperação de quatro a seis semanas). Kaio Jorge também sentiu o tornozelo e ficou fora da partida contra o Guarani.
O segundo jogo, aliás, marcou o primeiro atrito entre o treinador e a imprensa brasileira. O Peixe jogou quase todo o segundo tempo com um jogador a mais, mas foi pressionado pelo Guarani e só venceu com um gol contra do lateral Pablo nos acréscimos.
“Eu tenho dois jogos. Não sei o que vai acontecer. Meu time não vai ser igual, os jogadores não são os mesmos. Eu vou preparar a minha equipe. A equipe vai jogar no nível de alguns jogos do ano passado, mas em outras terá mais dificuldades, como todas as equipes. Como você quer jogar com intensidade em dois jogos? Só se joga de maneira intensa quando tem capacidade para jogar com intensidade. Você não me conhece há um ano, só há quinze dias”, comentou Jesualdo, que deixou claro que não sente irritação ao ser perguntado sobre Sampaoli.
“Não me irrita. Só é preciso respeitar todos os treinadores, ninguém é igual. Muitos treinadores que são campeões não têm os mesmos métodos”, afirmou o técnico após o jogo.
Três dias depois do jogo contra o Guarani, o Santos fez sua melhor atuação na temporada, na vitória por 2 a 0 sobre a Internacional de Limeira, na Vila Belmiro, com dois gols de Raniel. Na partida, o treinador deu a primeira chance ao atacante Renyer, de apenas 16 anos, que estreou pela equipe profissional do Santos mais jovem que Robinho, Neymar, Gabigol e Rodrygo.
O uso da base é uma das diferenças entre Jesualdo Ferreira e Jorge Sampaoli. Em apenas quatro jogos, o treinador já deu mais minutos aos meninos da Vila do que o técnico argentino em todo o Paulistão 2019.
No quarto jogo, Jesualdo Ferreira teve seu maior desafio: o clássico contra o Corinthians, em Itaquera. Os problemas para o técnico aumentaram e ele não pode contar também com Alison e Carlos Sánchez, por questões físicas. O Santos jogou muito mal, perdeu por 2 a 0 (mesmo com o Corinthians atuando o segundo tempo todo com dez jogadores) e as críticas ao técnico voltaram fortes. Ele entrou em campo com três volantes (Jobson, Sandry e Diego Pituca) e três centroavantes (Sasha, Raniel e Kaio Jorge).
“Minha intenção, em função do elenco, era aproveitar o melhor de cada um. Nós tivemos uma dificuldade em um nível muito grande. Não se trata só dos três médios. Não houve nenhum intenção que não fosse recuperar a bola no tempo certo e atacar. Primeiro porque o Corinthians é uma boa equipe. Marcou o gol muito cedo e isso tem um peso muito grande no jogo. Foram duas equipes que se encontraram em dois momentos diferentes. Sobre as intensidade, são problemas para tratar entre nós. Clássico é clássico. Muito jogo ofensivo do Santos foi parado pela boa marcação do Corinthians”, analisou.
Durante a semana, o treinador passou a ter boas notícias. Alison e Carlos Sánchez estão recuperados, Soteldo voltou da Seleção, Lucas Veríssimo está perto de voltar aos jogos e o time não teve jogo no meio da semana. Agora a expectativa do torcedor é que o time apresente uma evolução na partida da próxima segunda-feira, às 20 horas, diante do Botafogo, na Vila Belmiro.
O Jesualdo tem um mês no comando técnico do Santos FC, mas a única jogada que se viu até agora é o famigerado chuveirinho para o Sasha, de 1,70 m de altura, coisa que qualquer Jair Ventura, Osvaldo de Oliveura, Dorival, também conseguiria fazer. Até agora, trabalho decepcionante, mesmo sabendo que está iniciando e que o paulistinha é uma pre-temporada. O Santos FC teve muita dificuldade com o Red Bull Bragantino e, ontem, o modesto Mirassol bateu o time de Bragança. Daí, da para se ter uma ideia do atual estágio de preparação do Santos FC para a estreia na Libertadores (situação preocupante, mesmo disputando num grupo fraco). Aliás, o veterano e rodado Camilo fez excelente partida pelo Mirassol, enfiando bolas para os atacantes como deve fazer um meia. O Jean Mota precisa ver o vídeo da partida para servir de inspiracao. O Santos FC não tem um meia que jogue como o Camilo, do Mirassol.