Conselheiros levantaram fraude nas eleições do Santos em 2017 (Crédito: Diário do Peixe)

As eleições deste ano no Santos, previstas para dezembro, podem estar ameaçadas. Nesta semana, em reunião do Conselho Deliberativo, conselheiros levantaram duas questões sérias envolvendo o cadastro de sócios do clube.

A primeira delas foi apresentada pelo conselheiro Rodrigo Marino, representando uma Comissão Provisória, que levantou fraudes na eleição do clube em 2017. O próprio Comitê de Gestão excluiu 4800 cadastros de sócios sem CPF, desses  119 votaram na última eleição. E eleição de 2017 foi apertada. A chapa formada por José Carlos Peres e Orlando Rollo recebeu 1.851 votos e superou Modesto Roma, que concorria à reeleição, e Andres Rueda (que ficou em terceiro). Os dois receberam 1.661 votos.

Outro ponto levantado por conselheiros foi a existência de duplicidade no cadastro de alguns sócios. Foi citado no encontro que um conselheiro estava sendo cobrado duas vezes pelo programa de sócio e ele constatou que teria sido realizada uma segunda associação com o seu nome e os seus documentos.

O conselho cobra a realização de uma auditoria no cadastro de sócios do clube antes da eleição. Para realizá-la, o DIÁRIO apurou que será necessária uma quantia de cerca R$ 125 mil e, pelo menos, 90 dias de trabalho. Quatro empresas já foram aprovadas.

No final da noite desta quinta-feira, o Santos emitiu uma nota oficial sobre os processos realizados no cadastro de sócios. Confira na íntegra!

O Santos Futebol Clube esclarece que as medidas de reformulação e higienização do Programa Sócio Rei foram adotadas pela gestão vigente, no sentido de estimular novas adesões e também remover cadastros suspeitos.

A primeira medida, implementada a partir de janeiro de 2019, foi impedir adesões de novos sócios sem CPF identificado. Inserir CPF passou a ser “chave obrigatória” no ato da adesão.

Já a segunda medida adotada pela gestão, também implementada a partir de janeiro de 2019, foi travar as compra de ingressos e o acesso ao estádio dos sócios sem CPF identificado. A catraca travava e o sócio era direcionado para o atendimento na secretaria social.

A terceira medida, também implementada a partir de janeiro de 2019, foi a de identificar cadastros em duplicidade no sistema, unificando-os ou desligando-os. A quarta medida, por sua vez, foi implementada a partir de março de 2019. Ela tratou-se do disparo de e-mails marketing, SMS e ligações para os sócios sem CPF identificado.

Por fim, a quinta medida, implementada a partir de abril de 2019, foi a de corrigir problemas de grafia em cidades na base de dados. A cidade de São Paulo, por exemplo, aparecia como “S.Paulo”, “Sao Paulo”, “SP”, dentre outras, tornando o trabalho de business intelligence mais difícil.

Tal trabalho de transparência e limpeza de base realizado pelo Clube desde a substituição da Redegol por uma empresa profissional de mercado e implantação das melhores práticas permite checagem de prováveis fraudes ocorridas no passado em outras gestões e eleições. Todo o trabalho de total reformulação do programa Sócio Rei busca exatamente a transparência, melhor funcionamento e relação com os sócios.

O Clube, em conjunto com os técnicos dos departamentos, está definindo o melhor escopo de auditoria, preservando a integridade da base e também prevenindo a utilização de forma inadequada das informações. Com base no que é subsidiado pela administração, são tomadas iniciativas com o intuito de apresentar a todos os interessados resultados que garantam o processo eleitoral mais transparente da história recente.