Pedro Caixinha saiu em defesa do gramado natural (Crédito: Raul Baretta/Santos FC)

O técnico Pedro Caixinha acompanhou o protesto de jogadores ‘de nome’ do futebol brasileiro que se posicionaram contra o gramado sintético. O português comentou sobre a possibilidade do sintético ser polivalente para a utilização de eventos, mas reforça que o futebol de alto rendimento é melhor efetuado em gramado natural

“Na Europa, a UEFA proibe essa superficie. Só em centro de formação para que os jovens tenham qualidade ao nível do processo de treino. Teve uma proliferação grande. O gramado evoluiu, mas não serão capazes de substituir uma superfície natural. Sei que o Brasil tem um clima difernete. Mas já estive pelo mundo em zonas chuvosas, de muito frio, de muito calor, de muita umidade. As superficies de gramado natural, em quase todas, eram fantásticas. TEm outra vertente polivalente, não só desportiva, como também de espetáculo. Não cabe a mim decidir ou opinar. Quem organiza que tem que ter uma direção. Não vejo futebol de alto rendimento ser jogado em superficie sintética da mesma forma que natural. Se não a Champions League permitiria. A Copa do Mundo permitiria. A Copa da Europa permitiria”, ressaltou em coletiva após a vitória sobre o Noroeste.

Nesta semana, o meia-atacante Neymar e atletas como Coutinho (Vasco), Gabigol (Cruzeiro), Thiago Silva (Fluminense), Alan Kardec (Internacional) e outros publicaram um texto nas redes sociais. A discussão surge perto do Conselho Técnico da Série A em que os clubes definem os itens do regulamento do Brasileirão.

“Preocupante ver o rumo que o futebol brasileiro está tomando. É um absurdo a gente ter que discutir gramado sintético em nossos campos. Objetivamente, com tamanho e representatividade que tem o nosso futebol, isso não deveria nem ser uma opção. A solução para um gramado ruim é fazer um gramado bom, simples assim. Nas ligas mais respeitadas do mundo os jogadores são ouvidos e investimentos são feitos para assegurar a qualidade do gramado nos estádios. Trata-se de oferecer qualidade para quem joga e assiste. Se o Brasil deseja definitivamente estar inserido como protagonista no mercado do futebol mundial, a primeira medida deveria ser exigir qualidade do piso que os atletas jogam e treinam. FUTEBOL PROFISSIONAL NÃO SE JOGA EM GRAMADO SINTÉTICO! #NãoaoGramadoSintético”, publicou Neymar e outros jogadores no Instagram.

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A previsão de início do Campeonato Brasileiro é para o fim de março. A Federação Nacional dos Atletas de Futebol (FENAPAF) iniciou uma tentativa de pauta sobre o assunto, mas não teve andamento no ano passado. A implantação do gramado sintético tem acontecido em novas arenas diante da facilidade para a realização de shows e evento.

Inclusive, o Santos cogitou levar o confronto contra o Água Santa, pela décima rodada do Paulistão, para o Allianz Parque. No entanto, por precaução com o Neymar, que está ganhando minutagem após lesão, o Peixe manteve o jogo na Vila Belmiro. O presidente do Alvinegro, Marcelo Teixeira, chegou a afirmar que não foi pedido do jogador, mas um laudo de todo o staff da saúde do clube.

Se a gestão avançar com a WTorre pela construção da Nova Arena, a ideia inicial é que seja sintético. A diretoria ainda tem parceria com o Pacaembu para atuar na capital, mas o estádio também conta com o gramado sintético.