Faixas da torcida do Santos do lado certo? Só depois de 2002 (Crédito: Ivan Storti/SantosFC)

O volante Renato, ou Renatinho, já tinha uma certa experiência quando chegou ao Santos em 2000. Revelado pelo Guarani, o jogador conquistou seu espaço no clube em pouco tempo e, em 2002, já era um dos maestros do time, apesar de ter apenas 23 anos.

Ele acredita que o apoio da torcida foi fundamental para a conquista do título em 2002 e lembra que o jogo final marcou uma mudança de atitude dos torcedores, que até então entravam no estádio com faixas de cabeça para baixo em protesto pelo jejum de títulos.

“Nossa equipe não tinha medalhões, jogadores de seleção, mas a torcida compareceu. Os torcedores estavam com as faixas de ponta cabeça e falavam que só virariam com o título. No segundo jogo contra o Corinthians, o Morumbi estava dividido 50% para cada torcida e isso foi fundamental”, analisa o volante, um dos remanescentes da equipe que havia perdido a semifinal do Paulista de 2001 para o mesmo rival.

Renato destaca o papel da torcida na conquista do Brasileirão de 2002 (Crédito: Ivan Storti/SantosFC)

“Em 2001, a gente tinha uma grande chance de tirar o Santos da fila, mas fomos eliminados pelo Corinthians na semifinal. Mas naquele ano a torcida do Santos não teve tanta participação na segunda partida”, relembra.

Para Renato, o bom ambiente entre os jogadores foi fundamental para a conquista do título em 2002, um feito surpreendente para muitos torcedores e a imprensa.

“A união fora de campo influenciou muito. Todo mundo era amigo, todo mundo se divertia. Até o Robert, que era o mais experiente, o mais rodado, brincava com todo mundo. Era um grupo maravilhoso. Soubemos aproveitar a intimidade de fora lá dentro de campo. Todo mundo se ajudava. Fazia um jogo divertido, um jogo alegre. Isso foi uma chave da conquista”, analisa o volante.

Renato ficou no Santos até 2004. Depois, foi para a Europa e voltou ao Peixe em 2014. Já fez 391 jogos e conquistou outros três títulos pelo Peixe. Nenhum deles tão especial quanto o de 2002.

“Aquele título marcou a minha carreira. Me abriu as portas para a Seleção Brasileira e para a Europa. Sou santista de coração, desde pequeno. Para mim é até difícil descrever a emoção de conquistar aquele título. Foi inesquecível”, afirmou o jogador, autor de um dos gols do Santos na vitória por 2 a 0 na primeira partida da decisão.

Renato se declara torcedor do Santos e diz que conquista em 2002 foi inesquecível (Crédito: Ivan Storti/Santos FC)

 

 

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