Robert era um dos líderes do time do Santos (Crédito: Reprodução)

Um dos títulos mais importantes da história do Santos, o Campeonato Brasileiro de 2002 completa 20 anos nesta quinta-feira (15). A conquista por si já é importante, mas o troféu colocou o Alvinegro Praiano em uma virada de chave histórica.

Para falar sobre esse momento tão importante, o DIÁRIO DO PEIXE conversou com o ex-meia Robert Almeida, atleta importante que esteve em campo na final de 2002 e também em 1995, quando a equipe acabou sendo derrotada pelo Botafogo.

“Eu acredito que aquele time concluiu o que o time de 1995 iria fazer, que era uma virada de chave na história do Santos. Um título Brasileiro em 1995 iria representar isso também. Se passaram anos, chegamos em 2002, e esse time efetivamente definiu a virada da chave do clube. Nós trouxemos o Santos para uma era de estruturar o time, clube, CT… a camisa mais pesada do Brasil, do Rei Pelé, do bicampeão do mundo, voltou a figurar como uma das mais importantes, a sua trajetória. O Santos foi criado para brilhar e ganhar título. O clube voltou a normalidade com o título”, disse Robert.

Robert (o primeiro com a faixa da esquerda para direita), entre os campeões (Crédito: Reprodução)

Para o ex-jogador, a derrota para o São Paulo, na fase classificatória, foi a grande prova que o time tinha condições de sair campeão brasileiro. Mesmo com o resultado negativo, a equipe de Leão mostrou um bom poder de reação ao empatar um jogo com um a menos.

“Aquele jogo contra o São Paulo na fase classificatória, numa quarta de noite, no Morumbi, estávamos perdendo por 2 a 0 com um jogador a menos. Eu fiz um gol, o Diego fez outro gol, foi comemorar pisando no escudo, deu confusão. E na sequência levamos o gol do Ricardinho. Aquele jogo foi uma virada de chave, percebemos que chegaríamos longe. Jogamos muito bem com um a menos contra até então o melhor time do Campeonato, que era o favorito. Ali também criou um ranço entre as duas equipes e nos encontramos de novo no mata-mata e vencemos”, aponta o ex-jogador.

A grande final aconteceu contra o Corinthians, em dois jogos realizados no estádio do Morumbi. Na primeira partida, o atacante Alberto recebeu o terceiro cartão amarelo, o que daria espaço para Robert começar entre os titulares… mas a história tomou caminhos diferentes. William foi titular, porém Robert acabou entrando na vaga de Diego, que saiu lesionado no começo do jogo.

“Então, para mim, eu iria jogar, porque acabou o primeiro jogo da final, vencemos por 2 a 0, o cara que sempre estava no time era eu. Nesse jogo o Leão não trocou ninguém. E o Alberto levou o terceiro cartão amarelo… para mim era isso. Eu estava ultra concentrado para chegar o jogo. Aí, horas antes o Leão confirma William (Batoré) titular. Eu fiquei chateado, mas preparado. Sabia que entraria no jogo e foi maravilhoso”, comemora Robert.

Apesar do misto de emoções antes e depois da bola rolar, Robert vê o título como um marco em sua vida e a oportunidade de colocar o seu nome de vez na história santista.

“Foi um misto de emoção com responsabilidade. Com a chance de marcar de vez minha história nesse clube grandioso que é o Santos Futebol Clube. Foi uma mistura de coisas que passavam na minha cabeça. Eu não tinha receio nenhum porque tínhamos confiança em nosso time, que era de muitos jogadores fora de série, e a cada jogo que a gente fazia, principalmente no mata-mata, tínhamos convicção que seriamos campeões brasileiros”, afirma.

Após o título em 2002, o Santos conquistou o Campeonato Brasileiro novamente em 2004, mas não conseguiu mais. Para Robert, o Santos precisa passar se reestruturar para voltar as glórias.

“São 20 anos do título e 18 anos que o Santos não consegue vencer o Brasileirão. O Brasileiro é sempre muito difícil, campeonato complicado. Hoje então, nem se fala com os pontos corridos. O Santos precisa se reestruturar e acho que tem acontecido com o Rueda (presidente). Claro, isso tem que caminhar junto com uma qualidade técnica da equipe. O Santos está se reforçando, depende de investimento. Para ter esse investimento, precisa estar sanando as finanças, e tendo formas de arrecadação para se tornar forte igual os rivais. O Santos precisa buscar alternativas de ter um orçamento que lhe dê capacidade de contratar atletas de alto nível, e esses atletas disputarem títulos e o Santos voltar a ter suas conquistas”, completa Robert Almeida.

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