Quem tem 30 anos ou mais não se esquece de um folclórico nome do ataque santista dos anos 90: Camanducaia. Um jogador rápido, que entrava e incendiava os jogos do Peixe.

Menino da Vila, Camanducaia, além correr, fazia gols. Muitos gols. Nas temporadas de 95 e 96, foram 67 jogos com a camisa santista e 33 gols. E a identificação do atleta com o clube só não foi maior devido um dos maiores erros de um árbitro em decisão de Campeonato Brasileiro.

O gol mais emblemático e histórico de Camanducaia foi o do título do Brasileirão de 1995. O jogo contra o Botafogo estava empatado em 1 a 1 – aliás com ambos os gols irregulares – quando o atacante marcou de cabeça o gol da vitória. O infeliz árbitro (que não vale a pena citar o seu nome) anotou impedimento na final mais escandalosa dessa que é a principal competição nacional.

Camanducaia depois perambulou por mais de uma dezena de clubes, mas nunca com o mesmo estrelismo dos tempos de Peixe. Na Vila, seu legado foi ser um atacante que incendiava os jogos, que virou xodó da torcida. História que se assemelha a um novo atacante rápido, que a cada dia conquista mais o torcedor: Derlis González.

Foi assim no jogo contra o Fluminense, no último sábado. Após um primeiro tempo fraco, o Peixe voltou avassalador na segunda etapa com o atacante paraguaio. Foi assim em outras 14 partidas com o jogador em campo.

Seja titular ou entrando no segundo tempo, com Derlis em campo o Santos voa. São 15 jogos com o paraguaio, e nada de derrotas. São oito vitórias e sete empates. O atacante tem apenas um gol, mas é o vice-líder em assistências: quatro até o momento.

Cuca disse após o duelo contra o Fluminense que não abandonará Bruno Henrique. Concordo que se trata de um grande jogador, só que não vive um bom momento. Diferente do paraguaio, que pede passagem. E os gritos da arquibancada eu já imagino: “Ih, fodeu, Derlis apareceu!”