O DIÁRIO DO PEIXE nasceu com a proposta de ser a maior plataforma de conteúdo sobre o Santos na internet. Desde o dia 27 de novembro do ano passado, nenhum veículo publicou tanto material sobre o clube quanto o DIÁRIO. Como pode ser facilmente notado por quem acessa novo site ou nossos perfis nas redes sociais, nenhuma matéria teve conotação política. Nós procuramos fazer jornalismo e dar ao Santos o tratamento que ele merece como um grande clube do futebol brasileiro.

Nesta terça-feira, publicamos uma nota sobre a audiência do jogo entre Ferroviária e Santos no último sábado. Alguns leitores que nós respeitamos bastante não gostaram da matéria por acharem que ela não “ajuda” o Santos e o DIÁRIO tem sempre que ver o “lado positivo” das informações relativas ao clube.

Como escrevemos aqui no começo desse texto, respeitamos os torcedores/leitores que pensam dessa maneira, mas quando colocamos na nossa missão dar o tratamento que o Santos merece acreditamos que isto passa por tratá-lo como um “adulto”.

Hoje vivemos na era do MIMIMI e as pessoas, em geral, sempre procuram “muletas” para explicar situações ruins. Nós acreditamos que esse tipo de postura não contribui com o clube, ainda mais com um gigante como o Santos, o time das Américas da Século XX.

A audiência de Santos x Ferroviária não foi boa. Nada que possamos escrever aqui vai mudar isso. Sim, era um sábado de Carnaval, mas desde que a partida foi mudada para a data muitas ações poderiam ser feitas para que o clube pudesse ter um cenário melhor.

O primeiro caminho poderia ser o diálogo. O jogo estava marcado para quarta-feira inicialmente. A TV Globo poderia pedir a alteração de São Paulo x Bragantino ou Palmeiras x Mirassol para o horário e mostrar o Santos na quarta à noite, horário das maiores audiências, mas optou por pedir a mudança do jogo do Peixe como um “presente”, já que foi a primeira vez em sete anos que a emissora mostrou uma partida do clube contra times do interior no Paulistão.

A diretoria atual do clube quer melhorar a relação com a emissora, mas precisa ter argumentos e mostrar a força do clube, que teve a maior audiência da TV fechada em 2017 (segundo um dos leitores que nos enviaram comentários). Não precisa contratar um gerente que foi comentarista da emissora apenas como uma forma de agrado. O Santos não pode viver de migalhas, mas se entrar na relação com esse pensamento é migalhas que vai ter.

O clube poderia e deveria questionar porque só os clássicos em que está envolvido serão transmitidos pela TV aberta e porque contra os clubes do interior apenas o jogo contra a Ferroviária, em pleno sábado de carnaval, estará na TV aberta.

Se não houvesse a possibilidade de mudança do jogo, o clube deveria então promover a partida. Era a volta do atacante Gabigol, maior contratação do Santos, ao futebol brasileiro. Mas não teve uma entrevista exclusiva dele na Globo para falar sobre a expectativa da volta e tudo mais. Nem na Globo e nem em qualquer outro lugar. Na semana anterior ao jogo apenas Daniel Guedes e Jair Ventura deram entrevistas e quase todos os treinos foram fechados. Não é uma atitude inteligente para um time que luta por mais visibilidade na imprensa.

Muitos jogadores não gostam de dar entrevista, é verdade. Mas aqui, de novo, vale o tratamento de adultos. Todos eles têm contrato de direitos de imagem com o Santos. Logo, a imagem precisa ser usada e entrevistas servem para isso também.

Por último, o torcedor também precisa ser tratado como adulto. O DIÁRIO já noticiou que as vendas de ingressos para o jogo desta quarta-feira, contra o São Caetano, estão fracas. Nesse caso, a diretoria está fazendo a parte dela. Fez promoção no valor dos ingressos, divulgou vídeos do atacante Gabigol convocando a torcida para a sua volta à Vila Belmiro. Será o único jogo do Peixe em Santos no mês de fevereiro. O torcedor que ama mesmo o clube não tem muita desculpa. Não adianta falar que é quarta-feira de cinzas, que o ingresso está caro, que são muitos jogos em sequência, que o momento é ruim. Também são “muletas”.

O DIÁRIO DO PEIXE ainda vai acertar e errar muito nos próximos anos. Vai sempre torcer para o Santos, mas nunca distorcer por ele. Qualquer que seja o assunto.