Por Paulo Rogério de Carvalho, especial para o DIÁRIO DO PEIXE

Pelos cantos da Vila Belmiro sempre surgem os chamados raios, desde Pelé a Rodrygo! Mas a pergunta que eu faço é: por que não potencializar mais raios ou aspirantes a raios?

Venho estudando algumas categorias de base no Brasil e no exterior e uma delas achei bem similar com a do nosso querido Santos. O Futebol Clube do Porto se assemelha bem e está em uma cidade proporcionalmente semelhante à cidade de Santos. Tive o prazer de ter contato com o responsável pelo departamento de Futebol/Pedagógico, Angelo Santos.

Poderia citar inúmeras ações, mas vou destacar uma: Ele me confidenciou que não é demérito nenhum copiar projetos de sucesso e simplesmente implantou e melhorou um sistema criado pelo Alemães com ênfase no R.E.D.E, Registro de Empenho e Desenvolvimento Educativo, sigla criada pelo Porto.

Em resumo, consiste em acompanhar de forma mais personalizada o jogador, englobando num espaço informações de áreas importantes para seu desenvolvimento. Tem como ambição promover no jogador um percurso socioeducativo de sucesso. Com isso, o atleta desenvolve seu lado cognitivo e chega ao profissional melhor formado tanto na parte técnica como psicológica. O aproveitamento chega a 68% no time profissional.

Esse trabalho é realizado na Casa Dragão, que comporta 40 atletas de vários países. E possui um corpo pedagógico de 18 profissionais, sendo 6 assistentes sociais, 6 Psicólogos e 6 pedagogos! São 2 atletas para cada funcionário do projeto que moram na casa. Fora toda equipe técnica de campo e backstage de inteligência com metodologia de treino e captação bem definida.

Ao completar 18 anos o jogador automaticamente é obrigado a sair da moradia, já que o Porto paga aluguel previsto em contrato, e continua sendo monitorado, mas de forma moderada até porque já está na fase final do processo de formação.

Depois de conhecer o projeto perguntei sobre a parte financeira. Por mês, esses 18 profissionais custam 118 mil euros (algo em torno de R$ 531 mil). Aqui no Brasil, se falar em gasto de 118 mil reais mensais, a chance de escutar a frase: “com esse dinheiro eu pago salário de um jogador” é grande.

No Santos, por exemplo, tínhamos 1 assistente social e 1 Psicólogo até a gestão passada para cuidar de 150 atletas sem uma metodologia pré-definida. Assim, perdemos muitos atletas mal formados que poderiam render muitos craques.

Enfim, o Porto hoje é um dos times que mais vende jogadores na Europa. Ah, os últimos a copiar o projeto dos alemães foram os ingleses. Os resultados nas seleções inferiores já apareceram!

Por que não copiar e adaptar com as características do Santos?

Vamos incluir um pouco da realidade mundial na nossa formação. Nesse momento conturbado passo essa ideia factível para o crescimento deste gigante clube. E não contratar 14 jogadores para uma categoria como Sub-23, o final do processo que deveria ser tratado do início.

Fica a dica!!