O atacante colombiano Fernando Uribe chegou ao Flamengo em 2018 e nunca emplacou na Gávea (Crédito: Divulgação Flamengo)

Não sou contra a contratação de grandes jogadores, mas o Santos é um clube que não tem o direito mais de errar. Nos últimos anos, por administrações ruins (para não dizer péssimas), o Peixe se afundou em dívidas e tem cada vez mais seu orçamento comprometido e receitas escassas.

Tanto que desde o começo do ano não há um patrocinador master. A arrecadação com bilheterias é muito pequena (principalmente quando comparada com os rivais), com alguns jogos dando inclusive prejuízo. Já a venda de atletas não está lá essas coisas: a grana de Bruno Henrique, por exemplo, foi parcelada e o clube ainda tinha débitos com o pagamento aos alemães da época que comprou o atleta.

É importante montar um time competitivo? Sim! É preciso trazer um atacante de área, pois o time carece de um 9? Sim! Mas sem loucuras.

A torcida sonhava com um meia articulador e o presidente José Carlos Peres em todos os seus discursos falava de um clássico camisa 10. Primeiro veio Bryan Ruiz, jogador de Copa do Mundo. O atleta da Costa Rica não rendeu e no começo do ano pediu para sair, mas depois refugou e hoje treina separado do elenco, esperando alguma proposta do exterior e custando quase R$ 500 mil mensais.

Não bastasse Ruiz, Peres fez a loucura de pagar o que não tinha por Cueva. Camisa 10 do Peru, o jogador desembarcou na Vila por mais de R$ 25 milhões, valor que será pago pelo clube parceladamente em três anos – comprometendo inclusive a verba de um novo presidente, pois o mandato de Peres termina em dezembro de 2020. Além disso, Cueva até agora não vingou, é reserva da equipe, e ganha quase R$ 600 mil por mês.

Uribe, diferente de Bryan Ruiz e Cueva, não é armador. Trata-se de um camisa 9 de área, como quer Jorge Sampaoli. Mas o resto de sua curta história no Flamengo já conhecemos bem, pois temos situações iguais na Vila Belmiro.

Ele chegou na Gávea custando milhões, nunca emplacou, é reserva, tem pouco mercado para uma futura venda e ganha mais de R$ 500 mil de salário. Os rumores são de que o Flamengo só aceita negociar o atacante em definitivo, recebendo uma boa recompensa financeira. Aí eu pergunto, vale o investimento?

Para um time que já sofre para pagar os salários em dia e que está precisando cortar gastos, não acho uma boa opção. A não ser que o time carioca aceite emprestá-lo e pagando a maior parte dos vencimentos, situação essa que todo torcedor santista também conhece bem, pois nos últimos anos não foram poucos os atletas que cedemos a outras agremiações desta maneira.

Peres, por favor, não erre com Uribe como você fez com Cueva.