Santos e São Paulo terminaram o primeiro turno do Brasileiro com a mesma pontuação (Crédito: Ivan Storti/SantosFC)

O Santos terminou o primeiro turno do Campeonato Brasileiro com 26 pontos, uma campanha melhor do que na temporada passada. O Peixe vai ficar na nona colocação após a 19ª rodada, uma na frente do São Paulo (que tem os mesmos 26 pontos). No entanto, enquanto tricolores  e a mídia são-paulina sonham com vaga na Copa Libertadores, santistas e a mídia alvinegra fazem as contas para o Santos escapar do rebaixamento.

Qual a diferença?

Acredito que a principal diferença passa pela mentalidade atual de cada clube e a forma como a sua “agenda” é passada pelos dirigentes. Afundado em dívidas, com uma gestão apontada como temerária por muitos especialistas, o São Paulo acabou de comemorar a renovação com Rogério Ceni, comprou Calleri, trouxe Andres Colorado, Nikão (que todo mundo queria), Patrick, está contratando Giuliano Galoppo, já buscou Jandrei no próprio Santos e agora demonstra interesse em John. É a tal “agenda positiva”.

Nos últimos dez anos, o São Paulo ganhou um título paulista. O Santos ganhou dois. O clube do Morumbi foi uma vez vice-campeão brasileiro. O Peixe foi duas vezes. O Santos foi vice da Copa do Brasil e da Copa Libertadores.

O Santos tem uma gestão muito mais consciente do ponto de vista financeiro, mas está pendendo para o lado errado na linha tênue que separa ter os pés no chão de pensar pequeno. Existe diferença entre gasto e investimento. Existe uma forma de explorar o lado positivo da gestão, que está ficando em segundo plano com as decisões tomadas (escolhas de executivo e técnico, por exemplo).

A agenda negativa do Santos passa pelas humilhações sofridas contra Corinthians e Táchira, com a briga pelo rebaixamento em duas edições do Paulista, com os fracassos em todas as negociação vazadas (e como vazaram negociações ultimamente!).

O Santos não tem dinheiro.

O Santos está organizando a casa.

As duas afirmações acima são indiscutíveis.

Agora é preciso encontrar uma forma de vender melhor a segunda frase e não destacar tanto a primeira. Aliás, é preciso encontrar uma forma de minimizar a primeira.

Como já falei e escrevi bastante, o time do Santos não é bastante limitado porque o clube não tem dinheiro. É limitado porque o Santos gasta muito mal o pouco dinheiro que tem (vide Lacava, Augusto, Maranhão, Goulart, Auro, Jhojan Julio, Bryan Angulo, etc).

Quase todos os times brasileiros estão “quebrados”, mas só o Santos fica reforçando essa condição a todo momento.

Se a atual gestão não é capaz de pensar em um Santos grande (e, infelizmente, acho que não é), passou da hora de pelo menos não apequenar o clube.

O Santos é um gigante adormecido (piegas, mas real).

Uma hora alguém tem de acordar.

E comunicar que acordou!

“Quem não comunica, se trumbica”. Abelardo Barbosa, AKA Chacrinha