Nestes últimos dias, o torcedor santista ouviu muito sobre um jogador do Tigres, do México, um estrangeiro promissor, um meia central que, além de entrar bastante na área, também é goleador, o cara que poderia suprir a ausência de Lucas Lima.

Lucas Manuel Zelarayán mede 1,72 m, pesa 70 quilos, tem 25 anos e nasceu em Córdoba, Argentina. Jogou nas categorias de base e profissionalmente de 2012 a 2015 no Club Atlético Belgrano. Nesse período, Lucas disputou 75 jogos, fez um total de dez gols e deu cinco assistências.

Depois do Belgrano, Zelarayán estreou no Tigres na temporada de 2016, e tem contrato até 30 de junho de 2019. Em território mexicano, fez 11 gols e deu sete assistências, sendo apenas dois gols nas 13 partidas que disputou em 2017. Na sua prateleira de troféus, Lucas contabiliza dois títulos mexicanos.

Aquela famosa frase “craques nós produzimos em casa” pode até ser classificada como uma praga da Vila Belmiro. Durante essa década, vários nomes estrangeiros passaram pelo Santos e o mais relevante foi o colombiano Jonathan Copete, com seus 90 jogos e 24 gols.

Eu entendo que você ache que eu estou enlouquecendo, mas, se olharmos bem, o elenco de 2017 contava com outros três estrangeiros: Vladimir Hernández, Emiliano Vecchio e Fabián Noguera. Esses três atletas jogaram 27, 12 e nove jogos na temporada, respectivamente, somando um total de dois gols. Além disso, não conseguiram conquistar a torcida, e nem manter uma regularidade. Na verdade, com o Noguera o santista nunca contou, com o Hernández fomos iludimos demais com um gol de bicicleta e o Vecchio só voltou a ser escalado em 2018 por causa da mais pura carência na sua posição.

Desde 2010, o Santos não conseguiu contratar nenhum estrangeiro que realmente tenha respondido positivamente ao investimento feito, seja por falta de adaptação ao clima, ao idioma, à equipe, à comida, ao calendário de jogos, à pressão, à falta da família… Foram diversos nomes, como Valencia, Ledesma, Mena, Montillo, Patito Rodríguez, Fucile e Rentería.

O Tigres havia pedido R$ 22,6 milhões por 100% dos direitos econômicos de Zelarayán. A única compra que superou esse valor foi o desastre histórico de Leandro Damião, por mais de R$ 40 milhões. Houve também os R$ 16,2 milhões por Walter Montillo, jogador que chegou até a gerar prejuízo, pois foi vendido por apenas R$ 8 milhões ao Shandong Luneng, da China.

Seja por falta de sorte ou por uma sequência de más escolhas, o fato é o seguinte: é melhor que os craques continuem a ser feitos em casa, porque depender de estrangeiros não está sendo uma boa aposta.