Cuca se despediu do Santos no último domingo (Crédito: Ivan Storti/Santos)

O último jogo do Cuca no comando do Santos ilustrou muito bem o que foi o Campeonato Brasileiro de 2020 sob seu comando, aliás, se o novo técnico, Ariel Holan, quiser entender o time ele não poderia ter uma representação melhor do que passamos na última temporada se não esse jogo.

Começando por se tratar de um adversário “acessível”, o time do Fluminense é com certeza a maior surpresa positiva do campeonato, mas nós sabemos que na comparação entre jogadores e talentos individuais o alvinegro tem um time mais competitivo, e como sempre, deixou de ganhar pontos em um jogo considerado fácil, principalmente por ser em casa. Essa característica de 2020 começou logo no primeiro jogo do Campeonato contra o Redbull Bragantino e se estendeu com os empates na Vila contra Vasco, Fortaleza e Atlético Goianiense.

O Santos perdeu muita força dentro de casa na última temporada e além disso levou gol em mais de 30 das 38 rodadas, além de ter tomado 6 gols do rebaixado Goiás e 5 do Flamengo e, falando em tomar gols… a famosa bola parada, presente contra o clube carioca e o grande medo do santista, toda falta e todo escanteio se tornou um momento tenso no Brasileirão. No entanto, assim como fizemos na Libertadores com o craque da competição, Marinho é um dos artilheiros do Brasileiro, ajudando o time a ter um saldo de gols positivo.

Outro fator que nos representa é a dificuldade na formação do meio de campo. Nenhum outro setor mudou tanto ao longo do ano e conseguiu ser tão ineficiente em algumas partidas. Com certeza será a maior dificuldade de Ariel Holan. Ivonei, Balieiro, Arthur Gomes, Sandry, Jobson, Soteldo, Pituca, Alison, Lucas Braga, Lucas Lourenço, Jean Mota são alguns dos nomes que passaram pela área, contra o Flu entramos com Alison, Sandry e Balieiro.

Dependência, essa é uma palavra forte, mas muito presente dentro desse elenco limitado, somos dependentes do Felipe Jonathan na lateral, estamos tentando encaixar o time sem o Lucas Veríssimo na zaga e atualmente demonstramos uma dependência forte em cima do Soteldo, o time simplesmente não cria sem ele, e foi assim contra o Fluminense também.

Por fim, nada mais santista do que um herói inusitado e uma grande volta por cima. Jean Mota marcou simplesmente o gol da classificação na pré-libertadores de 2021, foi assim contra o São Paulo, em que Jobson marcou, Felipe Jonathan contra o Ceará, Arthur Gomes abrindo o placar contra o Galo, Madson ajudando nos empates contra São Paulo, Corinthians e o Fortaleza, entre outros jogos.

Nos despedimos assim do futebol apresentado por Cuca no Brasileiro com o famoso G8, mas diferente dos outros anos, o treinador argentino encontrará um elenco fechado e uma torcida esperançosa e muito mais crítica – agora nós sabemos aonde podemos chegar e vamos cobrar também.