Diego Pituca se emocionou e mostrou carinho pelo Santos em despedida (Crédito: Ivan Storti/Santos FC)

Em 2020, nos despedimos de dois grandes atletas do Santos, não só pelo o que eles fizeram dentro do jogo, mas pelo o que representaram fora. Eu estava errada ao imaginar quem faria mais falta. Principalmente depois da tragédia desastrosa contra o Barcelona, é nítido como a ausência de Diego Pituca é muito mais sentida do que Lucas Veríssimo.

Pituca nunca contou com a maior qualidade técnica ou poder de finalização, mas sempre foi um jogador sério, regular e fazia o famoso jogo simples. Ele conseguiu dar uma solidez defensiva tão grande que por muitas vezes colocava o Alison no banco e segurava o meio com o Sandry. Hoje a gente não consegue nem pensar em tirar o camisa 5 porque a marcação se tornaria inexistente.

O meio-campo, que por muitas vezes foi ineficiente com Cuca, hoje conta com uma criação em extinção e uma marcação frágil e isso acontece por fatores que vão além da culpa do técnico – aliás, o que não podemos dizer é que Ariel Holan não testa, o elenco nunca rodou tanto – mas dentro de tantas mudanças, jogos em sequência e lesões, o meio de campo é o setor que mais sofre com a falta de definição.

A utilização do Pará contra o Barcelona foi um exemplo claro de como esse Santos depende de uma improvisação, conta elenco curto e a impossibilidade de contratação resultou em um time sem sintonia.

É claro que a ausência do meia de criação vem de anos atrás, talvez desde de Lucas Lima ninguém se firme e ainda com passagens dramáticas de Cueva e Bryan Ruiz pela posição, mas depender somente de um jovem como Pirani é irresponsável.

Oscilações são normais, o que não é normal é o imediatismo e a pressão que colocamos nos meninos.

O Kaiky foi sorte e não regra. Não é normal um menino de 17 anos assumir uma posição com tanta competência e segurança.

Esse time precisa de um tempo que não tem, uma maturidade que não vai existir tão rápido e de reforços que não tem previsão de chegar.

Ainda se não bastasse veio a lesão do Sandry… ah, mas e o Sanchez? – é outro ponto de paciência do torcedor, não podemos esquecer que se trata de um jogador de 36 anos em busca de um recuperar condicionamento físico.

Só no comando de Holan já vimos o lugar do Pituca ser preenchido por: Balieiro, Jean Mota, Lucas Lourenço, Lucas Barbosa, Felipe Jonatan e Pará.

Claramente ainda não temos um titular e provavelmente vamos demorar para achar uma escalação ideal. Precisamos entender que o Santos não tem mais como viver na espera de salvações, novos raios e sorte.

Jogadores simples como Diego Pituca farão muito mais falta do que a gente pensa.