O futebol santista tem o costume de jogar em função de um homem como referência, os jogadores normalmente abaixam a cabeça e passam a bola para o tal craque. Foi assim com Robinho, com Neymar e, nos últimos tempos, com Lucas Lima. O problema desse esquema de jogo é que quando esse jogador está mal, o time inteiro fica perdido, e pior, quando perdemos esse jogador, nós demoramos muito para nos encaixarmos novamente.

Infelizmente estamos passando por esse grave e desorganizado momento. Lucas Lima foi embora e, mesmo sabendo que ele não veste de fato a camisa do Santos desde a eliminação na Libertadores, estamos sentindo na pele agora como é jogar sem opção.

No feriado do dia 25 de janeiro, aniversário da cidade de São Paulo, quem ganhou o presente foi o torcedor santista. Gabriel Barbosa finalmente foi apresentado. Se eu estou certa dessa contratação? Olha, se nem Philippe Coutinho no Barcelona é certeza, Gabriel está longe de já poder ser considerado a nossa salvação. Mas posso dizer que depois da cobrança de pênalti do Rodrigão… Não sei se é carência ou desespero, mas meu coração disparou ao ver o Gabigol vestindo o manto alvinegro.

Sim, eu prefiro a contratação do Gabriel à do Robinho. Não estou aqui para avaliar idolatrias ou benfeitorias realizadas na história do clube, estou comparando o que eles podem entregar em 2018.

Eu acredito que o Gabriel tenha mais ambição, é um jogador 12 anos mais novo, ganhou apenas títulos regionais pelo Santos e, em ano de Copa do Mundo, ainda busca seu espaço e reconhecimento na Seleção de Tite. Robinho, por outro lado, depois de ser bi no Brasileiro (2002 e 2004), campeão paulista em 2010 e 2015 e ainda levantar o título da Copa do Brasil em 2010, não me convence de que teria grandes objetivos no Santos.

O Gabriel tem apenas 21 anos, mas a sua atuação em 2018 pode determinar o início de uma decadência, podendo ser comparado a André Balada, Wesley ou Neílton (grandes promessas da base que nunca se solidificaram), ou uma volta por cima, podendo ser cogitado para a Copa do Mundo na Rússia, ganhar maturidade e, quem sabe, efetivamente jogar em grandes clubes europeus.

O jogo contra a Ponte Preta mostrou um time com muita vontade, esforçado, mas com pouca objetividade e quase nenhuma criatividade. Com a nova contratação em campo, poderemos ter um trio de ataque formado por Bruno Henrique, Gabigol e Arthur Gomes, ou até com o Rodrygo no lugar do Arthur, jogador que vem mostrando personalidade e garra para brigar pela vaga. Vitor Bueno de volta traria mais técnica e melhores construções às jogadas. Com ele ao lado de Alison e Jean Mota, o Santos seria mais rápido e ofensivo. A zaga se mantém sólida. Então, só faltaria dar um jeitinho nas laterais… 2018 ainda promete!

Agrada-me muito pensar nas novas possíveis formações e nas próximas dancinhas de Jair Ventura para comemorar os acertos em campo. Gosto do Gabriel de volta, ele tem potencial para ser o homem de referência de que necessitamos. Não estou querendo me iludir e nem me empolgar demais, mas, nas palavras da torcida alvinegra… “Menino da Vila, santista e cruel, vai para cima Gabriel!!”.