Gabigol falhou na partida contra o Flamengo, no Maracanã (Crédito: Ivan Storti/Santos FC)

Depois do apito final do jogo contra o Flamengo, podemos dizer que o ano do Santos FC acabou, começamos e terminamos 2018 vendo um futebol em campo bem parecido. Um time medroso, com vários atacantes e nenhum ataque, vários jovens e pouca energia na hora de finalizar, atletas acostumados à derrota, contentando-se com muito pouco. Meu sentimento nas últimas duas partidas era de estar vendo aquela equipe comandada por Jair Ventura – e sem saudade alguma disso.

“Perdemos a Libertadores ontem”, “a culpa é do Gabriel”… De fato, a culpa pela derrota desta quinta-feira cabe em boa parte ao Gabigol, mas a despedida do G-6 envolve resultados como a derrota e o empate com a Chapecoense, as derrotas em casa para Cruzeiro, Internacional e América-MG e os inúmeros empates construídos em jogos feios e sem vida.

Eu acho que estamos mirando alto demais, o Cuca realmente melhorou o patamar do elenco, mas continuamos sem banco e metade do nosso ataque se perdeu no meio de 2018. Sasha, Bruno Henrique e Rodrygo não apresentam uma boa partida há meses, o primeiro desde que foi contratado definitivamente, o segundo desde a cirurgia e o último desde sua venda.

Não merecemos uma vaga na maior competição das Américas se a gente não consegue ganhar do penúltimo do campeonato em casa. E me entristece muito a volta dessa performance apática, de quem se contenta em ser ruim, de quem abaixa a cabeça e fica dando toquinho para lá e para cá até o adversário roubar a bola e tudo terminar em um cartão amarelo ganho por uma falta infeliz.

Eu sinto que o time temia muito o rebaixamento, então nos esforçamos e quando alcançamos os 45 pontos nos tornamos preguiçosos. Eu entendo que o golpe que tomamos na Libertadores enfraqueceu demais o elenco e a torcida, mas o ano continuou, os jogos continuaram e o Santos estagnou. Quando faltava apenas uma vaga, o futebol melhorou, a imprensa e os santistas apostavam em nós… E o Santos sentiu a pressão, amedrontou-se e mostrou que todos estavam errados. Estamos atrás dos Atléticos, atrás do desmotivado Cruzeiro e, se bobear, até o Bahia tem mais disposição.

Realmente, é mais fácil ser mediano e não prometer nada porque assim os resultados ruins se tornam normais, as apresentações feias se tornam “pelo menos empatou”, as derrotas viram “mas era fora de casa”, “mas tínhamos vários suspensos”, “o Pacaembu dá azar”… É melhor colocar a culpa no ambiente, perder o técnico e o camisa dez e começar 2019 igual a 2018, sem expectativa alguma para o torcedor.

Terminamos o ano como um time mediano, fadados a um 2019 mediano. Somos perfeitos candidatos à Sul- Americana.