Nesta quinta-feira o time do Santos de fato fez sua estreia na Libertadores, foram 90 minutos em que tudo de melhor no futebol aconteceu. Teve uma torcida comparecendo, um adversário qualificado e um elenco preparado. Uma partida com nove cartões amarelos, uma expulsão, dois gols impedidos, um pênalti perdido, dois gols por debaixo das pernas e um moleque quebrando recordes. Que jogo!

Admito que quando estava indo para o estádio me senti bastante insegura e nervosa. O juiz apitou, o Nacional começou a apertar e eu pensei:“por que raios eu vim?”, “por que mesmo eu gosto de futebol?”. Felizmente eu fui e pude ver de perto o melhor desempenho deste ano.

Quando perdemos um jogador eu quis chorar, que agonia, que desespero… Esse time de meninos vai precisar segurar a maior barra pela qual já passou. Mas sabe de uma coisa? Não tem melhor aprendizado do que situações de extrema importância e pura pressão, momentos como esses valem até levar falta na aula do terceirão…

Gabigol fez falta, nos prejudicou e nos prejudicará no jogo na Argentina, mas vendo o desempenho do time eu acredito que quem mais perdeu foi ele mesmo. Gabriel viu de fora gols que poderiam ser dele, viu um raio brilhando em campo, viu o Sasha, aquele jogador para quem muitos torceram o nariz após a contratação (me incluo nesse grupo), sendo o melhor em campo, sendo o atacante que ele deveria ter sido. São quatro gols, mas também são cinco cartões. Se a sequência de jogos balançando a rede e o gol decisivo no clássico contra o São Paulo chegaram aos ouvidos dos jornais italianos, ele sabe que essa expulsão irresponsável também chegou.

Pode parecer injusto, mas seus quatro gols no Paulista jamais serão comparados ao gol do Rodrygo contra o Nacional, à partida exemplar do Sasha, ao crescimento do Cittadini e ao monstro do meio de campo que só cresce e impressiona a cada jogo, Alison. Gritei por você, cantei sua musica, foi emocionante te ver novamente atuando com a camisa do Peixe, você realmente tem tudo para ser o cara em 2018, mas falta a torcida sentir uma coisinha: confiança. Confiança vem na base da conquista, dos grandes jogos, e vai ser complicado você ter isso se só assistir a eles da arquibancada. De qualquer forma, jogar sem o Gabriel fez o time ver que acima de Gabigol, acima de qualquer jogador, isso é Libertadores e isso é Santos Futebol Clube, tricampeão do torneio continental.

Não quero dizer que jogar com um a menos seja divertido ou nos deixe superconfortáveis assistindo à partida, mas, depois do cartão vermelho, a postura foi outra. Cada um começou a dar um pouquinho a mais para suprir a falta de um elemento, e como não lembrar do jogo contra o The Strongest no ano passado? Estávamos com dez em campo, Bruno Henrique – saudades – tinha sido expulso, e o time com muita garra segurou um empate na altitude que foi comemorado como uma goleada. Esse tipo de jogo nos marca e nos fortalece como santistas.

Jogar contra o Nacional foi nosso cartão de visitas para a maior competição do ano, o título mais almejado e disputado. Vai ter muita provocação, muitas faltas duras, muitas injustiças, erros de arbitragem, muito nervosismo e paixão da torcida… E o que queremos é ver exatamente o que vimos no Pacaembu: garra, responsabilidade e entrega.

O ano começou nesta quinta, joguem por nós e bem-vindos à Copa Libertadores da América de 2018.