O Santos foi eliminado da Copa do Brasil pelo Atlético-MG (Crédito: Ivan Storti/Santos FC)

Começo meu texto mais ou menos como terminei o último: “As desculpas já temos, faltam agora as razões para fazer diferente”. Não é só o nosso setor de comunicação digital que está cheio de criatividade, o Santos me surpreendeu também ao conseguir aparecer com ainda mais desculpas para o desempenho medíocre apresentado na eliminação contra o Galo: Rodrygo não foi liberado, a CBF “barrou” a mudança de mando, o Pacaembu ficou vazio, fez frio em São Paulo, entre várias outras.

Precisamos parar de dar tanta importância às desculpas e tirar o peso da Vila Belmiro. A nossa história é muito grande para ser limitada a apenas uma cidade, temos de parar de justificar a derrota pelo que não foi feito – ou pelo que não fizeram por nós. Está na hora de enxergar os erros que apresentamos. É como se culpássemos a falta do atleta que não entrou ao invés de criticar quem estava em campo. A Vila não ganha jogos sozinha, quem perdeu na quinta-feira estava dentro, não fora do campo. Chega de “e se…”.

O que afastou o público desse jogo não foram só os preços dos ingressos e o frio, mas também a desorganização da diretoria ao simplesmente não sustentar uma escolha de mando de campo. Deveriam ter mantido a opção de estádio – independentemente de pressão da torcida ou do treinador -, fosse ela Pacaembu ou Vila. Isso mostrou o quão influenciável e frágil a base do clube é, algo que claramente é notado pelo Sampaoli e absorvido pelos jogadores – e exposto dentro de campo.

O argentino criticou o baixo público, mas se esqueceu de valorizar os 17 mil que estavam lá gritando e torcendo por 90 minutos, e, sinceramente, com a vontade que o Santos apresentou no segundo tempo, nem com cem mil pessoas o time iria para frente. Temos qualidade para ganhar do Atlético-MG, como também tínhamos para bater River Plate-URU e Corinthians, e precisamos agora encontrar as reais razões para as eliminações – eu tenho certeza de que Pacaembu e CBF não são as respostas.

Não é hora de pedir a cabeça do treinador e jogar tudo para o alto, todos nós sabíamos que trazê-lo foi um investimento a longo prazo. O elenco está sendo construído, tem potencial e esse é o momento para levarmos a sério o “dentro ou fora do alçapão” e apoiarmos o time no resto da temporada onde ele jogar. Eu sei que não é fácil assistir a um jogo como aquele e acordar feliz e confiante para torcer por um Santos que investiu mais de R$ 75 milhões e só disputará o Campeonato Brasileiro até o fim de 2019, mas agora é tarde demais para desistir.