Jogadores do Santos comemoram gol contra o São Paulo (Crédito: Ivan Storti/Santos FC)

Hoje eu acordei e parecia que meu filho tinha participado de alguma competição e ganho a medalha de campeão. Por todos os lados eu só ouvi elogios sobre ele. Elogios pelos seus esforços, sua atuação, pelo modo como ele mudou do ano passado para cá e como um caminho bonito o espera. Eu passei o dia sorrindo, cheia de orgulho e ansiosa para acompanhar seu crescimento.

Acho que para nós, santistas, a sensação é a de ver um bebê evoluindo e nós, como pais babões, corujas e briguentos, vamos defendê-lo não importa o que aconteça. Quando for preciso, seremos os primeiros a criticar, mas quando ele merecer elogios… Ah, ninguém vai nos segurar.

Eu não pensei nem duas vezes: abri o guarda-roupa e vesti o manto. Muitos podem pensar “nossa, como ela é modinha, só vem quando ganha”, mas todos nós sabemos o quanto estamos machucados e merecendo sentir essa vontade de bater no peito e gritar “nascer, viver e no Santos morrer…”.

Nós não apenas ganhamos um clássico, fomos superiores por 90 minutos. Fomos assunto em todos os programas de TV, e dessa vez sem nenhuma política envolvida. Dominamos um rival, descomplicamos um jogo difícil, a defesa fez com que o Vanderlei não jogasse com os pés e nem com as mãos, fomos brilhantes. Fazia tempo que não tínhamos uma vitória convincente sobre um time grande, daquelas em que ninguém consegue negar a nossa supremacia em campo. Os lances exemplificam, as estatísticas comprovam.

Assistimos à famosa “escola Sampaoli”: se eles jogarem com um atacante, teremos dois zagueiros, se jogarem com dois, teremos três, e assim foi. Felipe Aguilar entrou, mostrou personalidade e seriedade. Pituca continua o jogador mais regular do time, atuações excepcionais, segurou e controlou o jogo de forma inteligente. Derlis só confirma que não há razões para ele estar fora desse elenco em 2019.

Resumindo: o que eu devo tomar para não me iludir novamente? É assim que eu me sinto. É claro que ainda precisamos de reforços, principalmente um lateral-esquerdo, mas o time, mesmo sem tanta técnica, exibe tática, estilo de jogo e garra. Somos um elenco unido, sem grandes e caras peças, mas com jogadores dispostos a executar uma estratégia que envolve muito suor, intensidade e, até agora, bons resultados.

Espero que a crise continue.