Jorge Sampaoli foi o grande destaque do Santos no Paulista (Crédito: Ivan Storti/Santos FC)

O Campeonato Paulista de 2019 foi uma clara demonstração de que efetividade está acima de qualidade e de que o futebol é um esporte injusto. Ficar com o quarto lugar e se contentar com os R$ 850 mil de prêmio é decepcionante, merecíamos muito mais, esse campeonato estava em nossas mãos, não apenas pelo nível técnico dos outros, mas pela vontade e a determinação que nossos atletas demonstraram para assumir a tal ideia “sampaolista” e colocá-la em prática incansavelmente por 90 minutos.

Contratamos, descartamos, descobrimos, ressurgimos e nos destacamos exatamente da forma que o santista mais gosta, pela ofensividade. Seja só uma fase ou não, Jean Mota, com sete gols, foi o artilheiro do campeonato. Sorte é fazer um gol do meio do campo, é bater um pênalti na trave e a bola entrar. Além de goleador, Jean se mostrou importante nas três competições. Mudamos drasticamente de opinião sobre a compra de um goleiro e outro zagueiro e hoje concordamos o quão essenciais Everson e Aguilar são.

As contratações, que nunca chegavam, vieram em peso. Soteldo está conquistando seu espaço rapidamente – e até forçando Rodrygo a se expor mais –, Jean Lucas, Jorge, Felipe Jonatan e Jobson são jovens que chegam com muita energia para esse time que vive de pressão e intensidade. Era inegável a necessidade que tínhamos de novas peças no meio e nas laterais, mas a minha única questão é com o Cueva, porém sigo tentando ser otimista. Pituca, Carlos Sánchez, Derlis, Yuri, Matheus Ribeiro, Sasha e Copete confirmaram mais uma vez a opinião da torcida, entendam cada caso como acharem melhor.

O time do Santos protagonizou a melhor apresentação de um esquema de jogo e aplicou-o de maneira brilhante em cima de São Paulo e Corinthians. Ficamos tão acostumados com a correria que assistir ao tradicional “Majestoso” deu sono e raiva.

Mas, acima de tudo, o nome do ano de 2019 é Jorge Sampaoli. Transformamos um argentino em alvinegro praiano, a cidade o adotou e ele adotou a cidade. O time hoje joga para vencer e, ao mesmo tempo, quer corresponder ao que esse cara está fazendo pelo Santos. Ele trouxe a esperança, o ânimo e a imprevisibilidade. Sofremos goleadas, eliminações vexatórias e até absurdas, mas Sampaoli nunca deixou de lado o que acredita, como ele mesmo diz. O que muitas equipes hoje fazem é entediante, jamais seremos assim. E, de fato, nosso coração não parou desde que ele assumiu o comando, mas o que eu sinto hoje é orgulho.

Não quero com esse texto dar um prêmio de consolação ao nosso time, há diversos erros a serem ajeitados, mas eu creio que caímos hoje para nos reerguer e conquistar coisas muito maiores no futuro, somos merecedores. Obrigada, Sampaoli e elenco, estamos juntos nessa.