Ângelo tem apenas 16 anos e já poderia se transferir para a Europa com a mudança (Crédito: Ivan Storti/Santos FC)

Por Théo Ogier, especial para o Espaço do Torcedor do DIÁRIO DO PEIXE*

Nos últimos dias, a CBF, presidida por Rogério Caboclo, realizou algumas movimentações capazes de mudar o cenário do futebol brasileiro nos próximos anos. Por exemplo, e talvez a mais impactante, agora os clubes brasileiros só podem demitir uma única vez seus treinadores durante o campeonato nacional de pontos corridos.

Entretanto, essa não é a notícia que mais preocupa os torcedores e dirigentes do alvinegro praiano. Em um trecho de uma reunião com grande número de presidentes dos clubes do Brasil, Caboclo afirmou que estava em ‘guerra’ com a FIFA, pois queria que os jogadores brasileiros já pudessem ser vendidos para o exterior a partir dos 16 anos, assim antecipando uma possível saída do solo nacional dois anos antes de como é hoje, onde os jovens estão apenas liberados com 18.

Seguindo esse cenário, é possível refletir sobre como isso afeta o Santos, clube que é reconhecido por figurar entre os melhores do Brasil por conta dos atletas formados nas categorias de base. Hoje em dia, nosso elenco tem peças fundamentais que há pouco tempo subiram ao profissional, como Kaio Jorge, Sandry, Ângelo e Kaiky, e todos têm um fator em comum, as sondagens das potências do futebol mundial, encontradas na Europa. Caso a vontade de Caboclo se torne realidade, o assédio europeu seria ainda maior e muitos empresários poderiam influenciar seus clientes a forçarem a saída pro Velho Continente o mais cedo possível para evitar que sejam vendidos ‘tardiamente’.
Além disso, a maturação física dos jovens e a adaptação no profissional também podem demorar alguns anos. Citados anteriormente, Kaio Jorge e Sandry estrearam em 2018, mas só se firmaram como titulares em 2020, pois já estavam mais preparados fisicamente para aguentar os famosos ‘trancos’ de defensores adversários, quase sempre mais velhos. Caso fosse permitido a venda deles a partir dos dezesseis, existiria uma grande possibilidade onde o Santos nem teria aquela campanha mágica na Libertadores, onde saiu como vice-campeão depois de golear nas quartas e semifinais.
Desde sempre, o Santos é conhecido mundialmente pelos jovens talentos que surgem na Vila Belmiro, que sempre dão retorno dentro e fora de campo para a equipe praiana. Não há um fã de futebol que hoje não conheça Neymar e não saiba de suas raízes. Os dirigentes do Peixe devem negar veementemente esse favorecimento aos clubes da europa que o próprio presidente da CBF está sugerindo.