Santos estreou com derrota na Copa Libertadores de 2021 (Crédito: Ivan Storti/SantosFC)

Por Marcello Vaz, em especial para o Espaço do Torcedor do DIÁRIO DO PEIXE

No meio do futebol brasileiro, a palavra “reconstrução” está quase sempre associada à um fracasso esportivo recente.

Quando a direção de um determinado clube, diz que a instituição precisa passar por uma drástica mudança, via de regra, este clube em questão veio de uma última temporada na briga por rebaixamento.

O que ocorre com a reconstrução administrativa pela qual o Santos está sendo submetido, é totalmente avesso à esses cenários mais habituais.

A reformulação proposta pela atual diretoria do Peixe, veio na sequência de uma campanha brilhante na Libertadores 2020, e que escapou das mãos da equipe por alguns segundos.

A derrota do Santos para o Barcelona, o primeiro jogo da fase de grupos da Libertadores 2021, escancarou a visão turva que a final de 2020 causou na torcida do alvinegro praiano.

A bela campanha na Libertadores de 2020, vendeu a ideia que o “campo/bola”, pode funcionar alheio aos problemas administrativos. De fato pode. Mas essa constatação é uma exceção, e não a regra do jogo. Não é sempre que o Santos do campo passará ileso ao Santos dos andares superiores da Vila Belmiro.

Via de regra a situação administrativa de um clube, interfere no que acontece no campo. Está na hora da torcida do Peixe encarar essa realidade, e não cair na ilusão de que a exceção se tornará sempre a regra.

É natural que o “quase sucesso” da última temporada, dificulte o entendimento do torcedor. De fato, é muito difícil digerir a atual distância de realidade para algo que, estava literalmente tão próximo.

Ficou aquele gosto que era possível, ficou aquele gosto de “quero mais”. Essa dificuldade no entendimento do torcedor, se potencializa ainda mais pela forma com que o título foi perdido.

Entretanto, a grande verdade é que, a derrota do dia 30 de janeiro não fez o Santos “voltar uma casinha”. A derrota no Maracanã colocou o Santos na primeira casinha do tabuleiro, foi “game over”. Isso não quer dizer, que a equipe não possa voltar novamente a última fase do jogo. Mas isso significa, que não haverá mais atalhos, ou se pensa na “primeira casinha”, ou jamais se chegará a última.

Quando se olha para 30 de janeiro, o tetra da Libertadores pode estar até próximo, do ponto de vista temporal. Porém, a realidade é que o caminho é longo, e não estou me referindo apenas ao caminho na tabela.

A final do dia 30 de janeiro acabou, é necessário um desprendimento. Foi um sonho que não teve um final feliz, mas ainda assim foi um sonho. Torcida do Santos: Não transforme o sonho da campanha de 2020, no pesadelo da temporada de 2021.

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