Fernando Diniz no primeiro treino a frente do Peixe (Ivan Storti / Santos FC)

O técnico Fernando Diniz começou a trabalhar no Santos na segunda-feira e na terça já tinha um jogo de ‘vida ou morte’ contra o Boca Juniors. Ganhou na base da superação, com direito ao gol marcado com base em uma jogada ensaiada com um dia de treino – que ele forçou porque era para os jogadores só fazerem uma atividade regenerativa por terem atuado um dia antes contra o São Bento em duelo que valia a permanência na primeira divisão do Paulistão.

Cansou? Conseguiu acompanhar a sequência que tentei descrever no primeiro parágrafo? Então vou resumir para você: deixem o Diniz trabalhar. Proporcionem um pouco de tempo e paciência para ele colocar as suas ideias em prática.

E esse pedido aqui vai direto para a diretoria: antes de contratar alguém, não permitam mais baixas no elenco. Situação do Kaio Jorge é difícil? Não custa nada ceder um pouco para que ele pelo menos fique até o final da temporada. Contratos do Sandry, Lucas Braga e Gabriel Pirani? Precisam ser renovados o quanto antes. A manutenção do elenco é fundamental para o sucesso do trabalho.

Antes de contratar, tragam alguém que conheça do assunto – no caso, um executivo de futebol. A gestão Rueda já deu (várias) provas de que vai salvar o Santos financeiramente. Mas precisa dar mais provas de que entende dos meandros do futebol, que infelizmente não funcionam da mesma forma que em uma empresa.

Por último, peço que os colegas de imprensa deixem as opiniões pré-concebidas sobre o trabalho do Diniz de lado (pelo menos no início). Porque é claro que a relação Diniz/jornalistas, de amor e ódio, acaba sendo enviesada justamente por isso. O treinador precisa ser analisado/julgado pelo que ele faz no Santos, não pelo passado dele.

Diniz pode não ser o treinador dos sonhos para o Santos, mas me parece ser o técnico ideal, entre os possíveis, para o momento que o clube vive. É um potencializador de talentos e costuma trabalhar com o que tem – mesmo que muitas vezes o que ele tem acabe sendo pouco.

E o principal: Diniz está com vontade. Tesão de trabalhar. Gana de mostrar o seu valor. Isso não tem preço. Que ele consiga passar esse sentimento aos jogadores. Essa será a única chance do Santos beliscar ‘algo a mais’ nesta temporada.